sábado, 24 de outubro de 2009

Veja na íntegra o frente-a-frente com José Saramago e o padre Carreira das Neves

Um debate, por causa da polémica que deu os comentarios de Saramago com respeito à biblia.

Saramago diz: A Biblia é um livro de maus costumes.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Porque deixei de ser membro da "única" religião "verdadeira"

O artigo que se segue foi escrito por o autor do livro "Porque deixei de ser membro da "única" religião "verdadeira" ". É apenas um  resumo daquilo que podem encontrar no livro. Podem fazer download do mesmo na barra lateral.
Podem também encontar as reacções a este resumo AQUI

Olá amigos,

Sou Jorge Paulino (de Moçambique, talvez o 1o Moçambicano a se juntar ao Fórum).


Sou buscador da verdade e me parece que eu e vocês temos coisas em comum: “Vontade de libertar as pessoas da escravidão da cegueira mental criada pela STV.” Felizmente, graças a pessoas como vocês (que partilham a informação com quem quer que a desejar), consegui me libertar da cegueira que me apoquentava há anos. Sem essas pessoas, não sei que rumo minha vida teria.

Minha história como TJ (Resumo)
 
Quando eu ainda era bem novo (talvez aos 9 anitos), minha mãe converteu-se a TJ. E como era de se esperar eu também tinha de seguir o mesmo rumo. Aos 14 ou 15 anos me tornei “publicador não baptizado”, aos 16 me baptizei. Aos 26 me tornei Servo Ministerial. Mas uma coisa confesso: nunca gostei de ser TJ. Sempre tive minhas dúvidas e questões que me levavam a crer que aquela religião não tinha bases para se auto intitular de verdadeira, o pior, a única verdadeira. Minha vida sempre foi uma batalha nos murros da organização. Eu quase funcionava como um robô comandado pelos meus pais: me tornei publicador, porque eles queriam; me baptizei, porque eles queriam; tentava ser zeloso, porque eles queriam. Em fim, tudo (ou boa parte do que fazia) era para agradar a eles. Quando cresci, cresceu também o número de pessoas a quem tinha de agradar: os meus amigos TJs, os "irmãos" que tanto me admiravam. Chegou uma altura que eu sentia que estava a suportar a alegria de muitos.
 
A desilusão
 
Nos finais de 2007 comecei a pesquisar sobre as Testemunhas de Jeová (na net, claro) e não demorou para as minhas dúvidas ficarem esclarecidas: Afinal de facto estava a ser enganado! Li o “Crise” e no final a desilusão se apoderou de mim. O que teria de fazer então? Abandonar tudo? Acho que não! Que impactos teria em mim essa mudança brusca? Não! Não devia abandonar, afinal ainda não me identificava com a nova realidade. As bases para refutar tudo o que aprendi durante mais de 15 anos ainda não as possuía. Mas será que o que acabava de descobrir era verdade? Bom, eu me dei tempo de fazer uma análise independente. Comecei por ler a bíblia da ponta a ponta, duas vezes em menos de 9 meses. O objectivo era encontrar algo que provasse que de facto fui iludido. Da minha leitura da bíblia, mais aquilo que eu lia em blogues de pessoas comprometidas com a verdade, formei as minhas próprias bases para me virar contra a organização, alias, para me livrar dela.
 

Nos princípios de 2008 eu já estava +/- claro e estava a estudar a melhor maneira de eu largar tudo. Mas eu não podia simplesmente abandonar, senão seria confundido com tantos outros que abandonam a organização por “motivos fúteis”. Eu queria deixar muita curiosidade (nos irmãos) com a minha saída. Felizmente nesse período fui nomeado como “Servo ministerial” e estava nas minhas mãos todo o material para impressionar as pessoas para depois dar o “golpe”. Dito e feito. Aproveitei-me do meu novo cargo para impressionar todo o mundo: com os discursos (que na maioria das vezes se confundiam com discursos de superintendentes viajantes), comentários muito construtivos (mesmo sabendo que a maioria do que eu comentava era mentira), zelo no campo, sorrisos aqui e sorrisos ali. Ao fim de um ano eu já era considerado o pilar da congregação. E a admiração que as pessoas tinham por mim era notável. Pronto, o solo já estava fértil. Mas e depois? Bom, depois tinha de abandonar tudo! Sim, mas e depois? Depois muitos iriam questionar os “porquês” de eu ter abandonado a organização. Afinal eu era muito zeloso e não tinha “mancha do mundo”. Sim, mas, e depois? Afinal depois de abandonar ninguém mais iria querer saber de mim. Logo, não teria como fazer entender a multidão dos meus amigos os motivos que fizeram com que eu me afastasse do “caminho da vida”. É verdade! Mas, e se eu fizesse um livro?! Talvez ele poderia falar por mim mesmo depois de eu ter abandonado. Isso fazia sentido! Então me dei tempo de documentar os motivos do meu afastamento. Nos princípios deste ano (2009) me empenhei em fazer esse documento o qual decidi intitular: “Por que deixei de ser membro da ‘única’ religião ‘verdadeira’”. Em Agosto a obra já estava pronta e eu já tinha o passaporte para me livrar da STV. No dia 2 de Setembro enviei uma carta ao superintendente presidente pedindo uma reunião com todos os anciãos. No dia 6 de Setembro houve a tal reunião e eu me despedi deles. E lhes informei que os motivos da minha dissidência estavam documentados no livro que com eles deixei. E prontos! Foi bastante chocante para eles. E no dia 11 de Setembro viria a ser triste para toda a congregação pois foi nesta data que a minha dissociação (a primeira na minha congregação) foi anunciada. No final da reunião foram seleccionados alguns irmãos e foram severamente instruídos a não ler o meu livro, e para os que já o possuíam, o conselho foi de eles queimá-lo. Já havia entregado o livro a alguns amigos e ninguém se interessou em queimá-lo e acredito que pessoas inteligentes ficarão mais curiosas e procurarão o livro. No dia seguinte mandei uma mensagem (aos anciãos) com este texto: “Por favor não queimem o meu livro. Lembrem-se de que a verdade não teme a mentira”. E de certeza eles ficaram "sem boca"; nem me responderam. Tenho esperança de que o livro vai livrar muitos dos grilhões da STV. Os que já folhearam o livro disseram-me o conteúdo faz muito sentido

Por - Jorge Paulino Boane